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O escândalo que feriu a "EDUCAÇÃO E EDUCANDOS"

Denúncia em Araranguá revela ruptura ética e moral no papel do educador

O poder docente se desvia da ética.
13 Outubro 2025 | Segunda-feira 12h18

Uma denúncia feita por alunos de uma escola estadual de Araranguá desencadeou, na quarta-feira, uma das investigações mais delicadas já conduzidas pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso. A operação, chamada de "Exame Final", foi deflagrada pela Polícia Civil e apura possíveis crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, envolvendo duas professoras e quatro adolescentes.

Tudo começou quando estudantes procuraram o setor psicossocial da escola para relatar que uma professora mantinha relações íntimas com alunos fora do ambiente escolar. Os encontros teriam ocorrido em um motel da cidade, com consumo de álcool e gravações em vídeo. As informações foram comunicadas à Coordenadoria Regional de Educação, que instaurou processo administrativo e acionou a polícia.

Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos simultaneamente em diferentes endereços, com apoio de cerca de 20 agentes e peritos. Foram recolhidos celulares, computadores e outros dispositivos que agora passam por perícia técnica. A delegada Eliane Chaves explicou que o foco da investigação é apurar se houve produção ou compartilhamento de material pornográfico, crime punido com até oito anos de prisão.

Ela destacou que o problema central não é apenas o ato, mas o registro e a banalização de condutas que ferem a ética e a confiança depositada no professor. Criticou também a reação social de ironia diante do fato de as vítimas serem meninos, lembrando que o ECA protege igualmente ambos os sexos.

A operação prossegue em sigilo, e os materiais apreendidos são considerados decisivos para o esclarecimento do caso. A professora denunciada foi afastada, e outra servidora é investigada por omissão. Para a delegada, a lição que fica é dura e urgente: quando o poder docente se desvia da ética, a escola deixa de educar e passa a ferir. É, de fato, uma distorção profunda do papel da educação.