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Um erro não conserta o outro

Como mamãe dizia, ouça os mais velhos e será isso que pode salvar os deputados

18 Setembro 2025 | Quinta-feira 05h30
Para seguir a ordem cronologica dos afatos começo pela indignação para terminar com o alívio. Mas antes digo que a desfaçatez da maioria dos representantes da população brasileira chegou ao extremo nesta semana. Réus confessos, amendrontados com a possibilidade de serem pegos por ditadores de toga porque a consciênca lhes diz que devem temer sim, um grande grupo - maioria - dos deputados federais aprovou o que chamamos de PEC da Blindagem. Aqui do Sul de SC todos os cinco deputados subscrevem a autoblindagem. Juro que pensei que não tinham esta necessidade. E não foi por solidariedade.

Enquanto nós não eleitos seguimos esperando dias melhores a chamada ?PEC da Blindagem?, dificulta ações judiciais contra os eleitos. Ah, e podem fazer isso no anonimato, quando analisarem se colegas seus, e até os seus caciques de partidos, tiverem que ser julgados por crimes quaisquer. Em outras palavras: agora é mais difícil punir quem comete crimes dentro do Congresso e mais fácil esconder quem vota para manter essa impunidade.

Essa PEC não é sobre proteger a democracia, é sobre proteger políticos. A alegação é de que seja para evitar abusos do Judiciário, mas o que está claro é que a PEC virou um escudo. Para discutir soluções a problemas da sociedade marcam reunião para definir a data de uma nova reunião, que servirá de subsídio para uma audiência pública, que dará diretrizes que devem ser adequadas em estudos futuros para que em audiências com outro Poder se diga, por exemplo, se ao Morro dos Cavalos a melhor alternativa é um ou dois túneis e quem sabe o contorno.

O problema não é só o conteúdo da PEC, mas o recado que ela passa. Brasília está atolada na lama e a nossa rerpesentação elameada. Voz digo, porém, que há uma atenuante aos nossos representantes, pois eles sentem-se tão afetados pelo virus que contagia o ambiente em que estão, que pouco importa quantos brasileiros vão sofrer a dor da desilusão, importa que eles não necessitem tentar lutar contra o sistema.

Quando deputados correm para votar um benefício próprio, porque não enxergam outra saída, é porque nos vivemos a ditadura da vergonha. Mas perdoemo-os, pois eles não sabem porque estão lá.

Mas vamos lá, revertemos agora o olhar e imaginemos que estejamos vivendo um tempo de exceção. Que o judiciário está numa caça às bruxas, então vale a máxima de que um erro não corrige o outro.

Por fim o alívio, já tem no Senado Federal, onde eu diria está o avô nesta figura que faço de uma família, ou seja, onde está a sabedoria melhorada pela experiência e carimbada pelo bhom senso, onde esta aberração deve ser corrigida.

João Paulo Messer
Jornalista