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Cenário preocupante na Educaão

Pesquisa revela que um quarto dos professores da rede pública de Santa Catarina admite ter pensado em suicídio

17 Setembro 2025 | Quarta-feira 14h23
O SINTE, Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Santa Catarina, divulgou recentemente uma pesquisa com dados que chamam a atenção. Mais do que preocupantes, os resultados são alarmantes. Eles revelam que uma parcela significativa dos professores da rede pública já pensou em tirar a própria vida.
Ilustração: (FOTO: Evandro Acadrolle, presidente do SINTE)

A pesquisa é a quinta edição do levantamento sobre Saúde Docente, realizada em parceria com grupos da UFSC. O estudo comparou informações coletadas entre os anos de 2021 e 2024.
Os números expõem uma realidade dura dentro das escolas catarinenses.
Segundo os dados, 28% dos professores afirmaram ter convivido com a ideia de suicídio.
Essa porcentagem mostra um quadro de sofrimento que não pode ser ignorado.

Entre os fatores que contribuem para o adoecimento, aparecem o desgaste físico e emocional.
Os conflitos com estudantes também foram apontados como motivo recorrente.
Outro ponto relatado é a insegurança contratual que afeta parte da categoria.

A saúde mental dos docentes tornou-se tema central desta edição da pesquisa.
O estudo, divulgado em julho de 2025, detalha o impacto crescente desse problema.
Entre os professores em sofrimento mental, mais de um quarto pensou em suicídio.
Em todos os anos de aplicação da pesquisa, os índices já eram altos.
Por isso, os pesquisadores reforçam a gravidade do fenômeno.

A ordem dos principais fatores de adoecimento é bastante clara.
Em primeiro lugar, aparece o cansaço e o desgaste físico e emocional.
Depois, vêm os conflitos com colegas, direção, famílias e alunos.
Esses enfrentamentos constantes ampliam a sobrecarga do professor.

Quando perguntados sobre as maiores dificuldades no cotidiano, os docentes responderam.
Lidar com a defasagem de aprendizagem foi citado como problema mais urgente.
Também surgiu com força a questão socioemocional dos estudantes.
Os professores relatam que sentem-se sozinhos diante dessas demandas.
Falta estrutura para dar suporte no dia a dia escolar.
Muitos também apontam a carência de equipamentos básicos nas unidades.

Essa ausência de condições adequadas agrava ainda mais o cenário.
A pesquisa de Saúde Docente não é um esforço isolado.
Ela resulta de uma parceria sólida entre entidades e pesquisadores.
Participaram o SINTE, o Núcleo Interdisciplinar em Políticas Públicas e Opinião Pública (NIPP/UFSC).
E também o Núcleo de Estudos em Comportamento e Instituições Políticas (NECIP/UFSC).
O objetivo foi compreender de maneira ampla a realidade dos professores.
Os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas específicas.
E deixam claro que cuidar da saúde mental docente é urgente.
Sem isso, a qualidade da educação catarinense continuará ameaçada