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Cenário para fugir dos extremos

Editorial de abertura do Programa João Paulo Messer de 17/09/2025

17 Setembro 2025 | Quarta-feira 14h20
Começa a surgir, no alvorecer de um novo Brasil, uma esperança discreta, mas poderosa ? daquelas que só se enxerga quando se chega ao fundo do poço. Trata-se de um movimento silencioso, porém consistente, que brota fora dos polos extremos, construído por líderes públicos que representam o Brasil produtivo e desenvolvimentista.
 
Governadores de estados estratégicos como Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás têm dado os primeiros sinais de unidade. Com a aquiescência de Minas Gerais ? sempre decisivo em eleições presidenciais ?, o movimento começa a se desenhar. Santa Catarina, na semana passada, foi palco desse novo traçado político com a presença de líderes do PSD, em um gesto que vai além da sigla: representa uma leitura de país que quer romper com a divisão crônica entre extremos.
 
O Brasil não pode mais continuar refém de feridas abertas, inflamadas pelo extremismo que Lula e Bolsonaro representam em lados opostos. Coçar essas feridas é fazê-las sangrar ainda mais. Por isso, surge uma alternativa que une correntes ideológicas distintas, mas que compartilham uma visão comum: o Brasil da riqueza, da produção, do mérito, do desenvolvimento sustentável.
 
A eleição de 2026 poderá ser o marco de um novo ciclo político, em que as extremidades sejam isoladas pelo centro produtivo do país. Um centro que não se confunde com o fisiologismo do ?centrão?, mas que busca a administração eficiente da riqueza nacional. A prioridade será a criação de alternativas modernas, responsáveis e conectadas com a realidade econômica, mesmo que isso implique deixar de lado pautas radicais ? sejam elas os subsídios desmedidos ou o armamento civil em massa.
 
Há um cansaço evidente da população diante do falso dilema entre ?salvar os pobres? com o suor dos outros ou eliminar completamente os mecanismos de proteção social. A sociedade clama por equilíbrio, por um Estado que promova oportunidades sem clientelismo e sem populismo.
 
É nesse contexto que surgem nomes com perfil técnico, gestor e desenvolvimentista: Tarcísio Gomes de Freitas, Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado. Nenhum deles está acima da crítica ? nem devem estar ?, mas representam uma tentativa de romper o ciclo que se repete há quatro décadas. A proposta: quem for melhor no primeiro turno, unifica forças no segundo para vencer os extremos que ainda dominam o cenário.
 
Pode incomodar quem se acomoda. Pode assustar os inabilitados ao jogo competitivo. Mas está na hora de o Brasil conhecer outro caminho ? um caminho ao centro, com equilíbrio, competência e foco em resultado.
João Paulo Messer
Jornalista