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A tragédia de Treviso

Editorial: O que fazer quando a cena da tragédia se repete

Acidente na cidade de Treviso.
30 Setembro 2025 | Terça-feira 09h22

A tragédia de ontem em Treviso, em que um garoto de 13 anos, cheio de vida, teve a sua história abreviada por um acidente de trânsito, remete a uma série de questionamentos. Começamos pela lógica do raciocínio sobre as leis de trânsito. Não seria prudente que, no Brasil, se adotasse o que vigora nos Estados Unidos, por exemplo, onde um ônibus escolar parado, com o indicativo de placa PARE, não pode ser ultrapassado sob hipótese alguma?

Ah, mas foi em uma rodovia. E daí? Por que não preservar a vida também em rodovia?
Quantos alunos escapam de acidentes trágicos em circunstâncias como a que aconteceu ontem? Parece muito mais simples culpar exclusivamente o motorista que, por alguma razão, não viu o menino atravessando a via.

A família enlutada, com certeza, não sofre esta dor sozinha. Uma cidade inteira está impactada com a tragédia. Não excluo nem mesmo o motorista que provocou esta morte.
Ou você acha que a vida desse jovem condutor não carrega agora uma ferida que irá durar para sempre?

As leis de trânsito são frequentemente descumpridas, mas, se tivéssemos uma norma que ampliasse as possibilidades de evitar situações como essa, não seria melhor?

Chorar a tragédia é consequência repetida. Levantar hipóteses sobre o acidente é atitude comum. Mas seria de fato uma preservação da vida se algo fosse feito, como por exemplo criar uma lei que protegesse passageiros de coletivos no desembarque, em especial crianças que saem de uma manhã de escola para chegar o quanto antes em casa.

A tragédia de Treviso não pode ser apenas mais um dado estatístico. Autoridades de um Estado que se enquadra entre os mais evoluídos em inúmeros aspectos bem que poderiam pensar um pouco além da legislação que existe hoje.

De resto, nos sobra lamentar a morte de um menino cheio de vida. Precaução nunca é demais. Por isso, é preferível uma lei que exagere em suas regras do que outra que se omita, gerando apenas mais um caso de morte em nossas rodovias.